sexta-feira, 19 de junho de 2009

“Barebacking”: Vai uma cavalgada sem sela ae?

Transar sem camisinha? Para muitos, esta pergunta soa como a Dona Morte batendo a porta e pedindo para entrar, para outros esta é um opção diante do padrão estabelecido. Estes são aqueles que praticam o bareback. Eles são muitos. Estima-se que haja sete milhões de praticantes de bareback nos Estados Unidos e dois milhões na Europa. No Brasil não há estimativas e a prática é mais velada ou feita em grupos fechados. Pesquisei os sites de busca Cadê?, Altavista e Yahoo Brasil, e não encontrei nenhuma home-page dedicada a este público no país e sinceramente eu não sei se isso é um bom ou mal sinal.

Sabemos que a decisão de quando e com quem usar camisinha é individual, isto todo mundo já sabe, mas o senso comum diz que devemos usar camisinha sempre né galera. Por isso, o surgimento desta prática sexual na comunidade gay tem, a cada dia, conquistado muitos novos adeptos, chamando a atenção da mídia, do meio acadêmico e de ativistas homossexuais.

Podemos dizer que o "barebacking" (que em português pode ser traduzido como cavalgada sem sela) é uma prática sexual onde o uso de camisinha é inadmissível e a escolha do parceiro sexual é aleatória. Em outras palavras, é o sexo anal sem proteção, um comportamento considerado de alto risco para adquirir o vírus do HIV, esta é a base da filosofia dos "barebackers".

O "barebacking" imediatamente suscita a demonização dos adeptos dessa prática. Quando, depois de décadas bombardeados pelas campanhas de prevenção a Aids, ouve-se falar que um grupo de pessoas está realizando festas e promovendo encontros via Internet para fazer sexo sem camisinha, a primeira reação é pensar que se tratam de suicidas e assassinos em potencial, sem o menor senso de civilidade e responsabilidade. E para uma boa parte dos movimentos gays, eles significam um retrocesso das conquistas feitas durante os anos mais duros da epidemia, quando os homossexuais foram os mais atingidos e estigmatizados. Já para a mídia, os "barebackers" são um prato cheio de tentações para realçar a idéia preconceituosa de promiscuidade e bizarrice ligada ao comportamento homossexual e que fará vender ainda mais jornais e revistas. E finalmente, as alas conservadoras da sociedade que lutam contra os direitos homossexuais podem enxergar nessa prática a confirmação da imoralidade e desrespeito à vida que tanto condenam nos gays. Enfim, Satã tem um nome.

Mas a prática também vem sendo glamourizada. E o início desse processo de glamourização talvez tenha sido em fevereiro de 1999, quando o ator pornô, ativista e soropositivo Tony Valenzuela apareceu nu em cima de um cavalo na capa da revista Poz, assumindo ser um adepto do "barebacking". O que antes estava escondido através das festas fechadas e dos encontros via Internet, ganhou relevância, voz e... corpo.

O discurso dos ativistas do "barebacking" é sempre muito bem formulado, ideologicamente bem construído e pode ser resumido na fala de Valenzuela: "Estou defendendo uma discussão honesta sobre a nossa sexualidade e o que motiva homens gays a não usarem camisinha. [...] Fazer sexo seguro ou não é uma opção individual e pretendo tirar o julgamento moral que gira em torno de ser ‘barebacker’" (digo que sinceramente não consigo entender este ponto de vista).

O mesmo glamour chega ao Brasil no discurso de outro adepto do barebacking , Ricardo Rocha Aguieiras. Para o escritor, o que importa nessa questão é a pessoa poder decidir ou não se quer usar preservativo e não uma campanha contra o sexo seguro. Para o brasileiro, que já tem um e-group de "barebacking", com mais de 900 inscritos no país, colocar o sexo sem camisinha como um fenômeno gay é falso, pois os heterossexuais continuam transando sem nenhuma proteção. Com boa aparência e discursos consistentes, esses militantes fazem mais do que levantar a bandeira do "barebacking", eles constroem uma imagem positiva dos adeptos dessa prática... e nós sabemos que tem muita gente de cabeça fraca que basta uma faísca para acreditar que tudo pegou fogo!!! rsrsr..
Tanto a glamourização como a satanização são atitudes imediatas que não dão conta da questão que está invadindo a comunidade GLBT. Nem os movimentos pelos direitos homossexuais, nem as entidades que combatem a AIDS podem ignorar o "barebaking". Prova disto foi uma fotonovela interativa publicada em um site que vi recentemente, que conta a história de um cara que leva outro para sua casa, está sem camisinha e fica na dúvida se transa ou não. A maioria dos usuários (60%) escolheu o final em que o cara decide transar mesmo assim, sem camisinha (dá pra acreditar?!.. fiquei passado!). Contudo, é importante o entendimento desse fenômeno, que pode ser mais bem esclarecido através de uma perspectiva histórica.

Vamos ficar atentos e informem-se galera... o barebacking é uma roleta russa!
Camisinha no danado sempre!!!!!

4 comentários:

  1. AMEI A MATÉRIA ESTOU POSTANDO NO AHAZA!

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  2. A única diferença entre gays e heteros, é que os gays têm mania de rotular tudo.
    Todo mundo sem exceção já fez sexo sem camisinha com alguém durante sua vida. Seja com um namorado (a), um estranho...enfim...
    Mas só o gay quer por um rotulo a isso e dar visibilidade ao fato.

    Eu pouco me importo com o que os outros estão fazendo. A MINHA decisão de não transar com ngm sem camisinha, nem com namorado, já foi tomada há mto tempo.

    Saudadocê amigo!

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  3. Não sei nem o q dizer . Eu ficava nervoso quando assistia o Michael tendo relação com o Ben em Queer As Folk , imagina transar com uma pessoa sem camisinha . É totalmente loucura . Sexo seguro sempre !!



    Ca-Leo _*

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  4. Você copiou essa matéria já muito velha de outro lugar e não informa isso aos seus leitores e leitoras. EU NÃO SOU NEM NUNCA FUI "ADEPTO DO BAREBACKING" , como fala aí, inventadamente, mas minha postura perante tão polêmico assunto foi discutir - discutir, apenas e virtualmente - os limites da Liberdade Humana e da Prevenção. Que as pessoas e a medicina se paltassem no REAL e não mais no IDEAL, por que isso não estava funcionando. Minha proposta era até filosófica, se aproximava muito das ideias de Foucault e sua visão da "sociedade de controle", não teria me exposto tanto, se fosse para apenas sexo, que se acha em qualquer lugar e esquina. Foi intelectual, sabe o que é isso? Então, cuidado com julgamentos e copia de artigos ultrapassados sem citar a fonte ou a autoria... se as pessoas se preocupassem menos com seu corpo e com ser "sarado" e mais em turbinar a mente, essas coisas não aconteciam...
    Obrigado,
    Ricardo Rocha Aguieiras
    aguieiras2002@yahoo.com.br

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