quarta-feira, 1 de julho de 2009

Com queixas à Prefeitura, Campinas reúne 120 mil em Parada

No dia em que se comemorou os 40 anos de Stonewall, a minha cidade (Campinas, no interior de São Paulo), realizou neste domingo (28/06) a sua 9ª Parada Gay.

O espírito de transgressão, que fez com que os frequentadores do bar norte-americano reagissem contra a polícia em 1969, tomou conta dos organizadores da Parada campineira. E desta vez por causa dos banheiros químicos, que não deram conta de atender o público presente. Segundo Maria Moreno, uma das organizadoras, a Prefeitura da cidade tinha prometido 50 banheiros, mas foram disponibilizados apenas 12. No trio, antes da abertura, Moreno pediu aos participantes que não abusassem do álcool, reclamando que a Prefeitura também não havia liberado tendas de primeiros socorros, avisando ainda que, se houvesse algum tipo de emergência, eles seriam atendidos "no chão".

Moreno foi enfática ao dizer que a Prefeitura "traiu" a organização por não ter cumprido o que havia sido combinado. "Eles vieram na sexta-feira à noite avisar que a Parada tinha sofrido alguns cortes", denunciou, afirmando que o governo municipal "quer acabar com a Parada". "Mas o governo tem dia e hora para acabar, a Parada gay não", ressaltou.

Às 14h, o povo já fervia na avenida Glicério, quando Marília Moreno voltou ao microfone para mais uma vez protestar contra a Prefeitura. "Gente, acabamos de descobrir que o trio que a Prefeitura nos concedeu não toca CD", disse irritada, pedindo paciência aos presentes, que aguardavam a execução do Hino Nacional, que daria início à manifestação.

Antes da abertura oficial, ativistas locais discursaram. O primeiro a falar foi o jovem pastor Artur Pires, que denunciou um panfleto que dizia que Deus não aceitava os homossexuais. "Jesus é para todos, quem pensa o contrário deve estudar", disse o religioso. "Se nós somos filhos do demônio, então somos netos de Deus, pois o demônio é filho de Deus", ironizou Moreno.

Quem também falou foi o coordenador da Cads estadual, Dimitri Sales, para quem o dia era de celebração. "É muito bom festejar, mas não podemos esquecer dos nossos direitos", disse, pedindo ao público que votasse no abaixo-assinado pela aprovação do PLC 122. Lúcia, do grupo Aos Brados, disse que a Parada não deixaria de existir e avisou que, se a proibissem, a comunidade invadiria a avenida.
Sueli Fátima, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse estar feliz com o fato de a central ter concebido o 1º Núcleo LGBT. "Os sindicatos têm que estar presentes nas Paradas", afirmou. Um dos últimos a falar foi Paulo Mariante, da ONG Identidade. "Beijem muito e façam outras coisas com camisinha", pediu o ativista, para em seguida fazer uma cobrança: "Divirtam-se e também tenham consciência dos seus direitos". Em seguida, foi executado o Hino Nacional. A música "It's raining men" iniciou oficialmente a Parada Gay de Campinas.

A manifestação contou com a participação de seis trios elétricos. De todos, o mais animado foi o carro da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) noqual eu segui até o final da parada. Já os go-go boys mais gostosos estavam no trio elétrico das casas noturnas. No mais, a Parada seguiu tranquila e divertida.

Agora, apenas uma ressalva: os 12 banheiros não foram suficientes para atender as 120 mil pessoas que compareceram ao evento, obrigando-as a fazer suas necessidades nas vias públicas. Outro momento que marcou a manifestação foi um ato contra a homofobia organizado por grupos punks. Um muro com palavras de cunho intolerante foi "derrubado" por várias pessoas o quena minha opnião foi maraaaa!!!! eheheh...

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